CE - Novas desonerações de ICMS sairão em junho
No momento, a Sefaz está finalizando as alíquotas e os produtos que entrarão no pacote de benefícios fiscais
Após lançar pacotes para a desoneração de 36 produtos - como rochas  ornamentais, reciclados e peças de veículos -, a Secretaria da Fazenda  (Sefaz) prepara mais um conjunto de benefícios fiscais para diferentes  segmentos, a ser lançado no início do próximo mês. De acordo com o  secretário da pasta, Mauro Filho, hoje, o órgão deve definir os itens e  percentuais de redução de ICMS (Imposto sobre Circulação de  Mercadorias), para então levar o pacote para aprovação do governador do  Estado, Cid Gomes.
"Ainda não despachei com o Cid. Vou aguardar  para levar a ele (as desonerações) na semana que vem, mas até o fim do  mês já teremos uma definição, para que, em junho, a redução de alíquotas  entre em vigor", informou o secretário.
Sem reforma fatiada
Mauro  Filho garantiu ainda que o Ceará não aceitará "essa coisa de Reforma  Tributária fatiada". Ele discorda, por exemplo, que sejam igualadas,  entre todos as unidades da Federação, as alíquotas de ICMS  interestadual. Atualmente, esse percentual é de 12% ou 7%, dependendo do  Estado. "Quando o produto vai para as regiões Sul e Sudeste, vai com  12% (de ICMS), e quando vem é com 7%. A União está querendo acabar com  essa diferença. Isso significa que todas as empresas que se instalaram  nas regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste e que contam com incentivos  fiscais, perderão os benefícios e voltarão para seus estados, o que é um  absurdo, pois você vai concentrar ainda mais a indústria brasileira",  contesta o titular da Fazenda Estadual.
Para ele, caso haja essa  equidade na alíquota, em 2%, conforme desejo do Governo Federal, ela tem  de vir com um fundo de compensação aos estados.
Multas entram no caixa
A  partir de hoje, as primeiras empresas que foram autuadas pela Sefaz por  sonegação de ICMS devem começar o pagamento das multas aplicadas. A  penalidade é referente à diferença de recolhimento do imposto verificada  em operações comerciais com cartões de crédito. O órgão percebeu  divergências entre o valor de venda informado pelos estabelecimentos e o  que foi avisado ao fisco pelas operadoras. Desde o início da operação,  há três semanas, cerca de 700 das 1.476 micros, pequenas e grandes  empresas de 752 segmentos da indústria e do comércio, atacadistas e  varejistas já receberam a visita dos auditores fiscais da Secretaria.
Vestuário e acessórios
Após  essa primeira fase, a Sefaz continuará a visita em mais mil empresas  locais. Entre os três segmentos que mais estão em débito com o fisco,  estão o comércio varejista de artigos do vestuário e acessórios;  restaurantes e similares; e confecção de peças do vestuário, exceto  roupas íntimas, e as confeccionadas sob medida. No total, a diferença  constatada chega a R$ 486,27 milhões, referente aos anos de 2009 e 2010.
"As  empresas que foram notificadas tiveram 10 dias para recorrer, e o prazo  se vence amanhã (hoje). Elas já teriam que realizar o pagamento. As que  estão sendo autuadas pela primeira vez só precisão pagar a diferença  atualizada. Se for reincidente da operação de 2008, pagam multa e juros e  tudo o mais", alerta Mauro Filho.
ITCD rende mais R$ 15 mi
O  secretário informou ainda que os cofres públicos locais já receberam R$  15 milhões referentes à cobrança do Imposto de Transmissão Causa Mortis  e Doações (ITCD). Em abril, a Sefaz expediu 4.261 cartas a pessoas  físicas que teriam feito doações de dinheiro, bens ou direitos a  terceiros, mas que não recolheram o imposto ao fisco estadual. "Esses  são os primeiros R$ 15, mas queremos receber até R$ 40 milhões", diz.
                            
