Tempo bom para abrir seu próprio negócio
Atualmente o empreendedor está mais preocupado com as oportunidades
			Autor: Neide MartingoFonte: Diário do Comércio		
		Quem colocou em prática o projeto de ser dono do seu próprio negócio neste ano não se arrependeu. Os números mostram que a boa fase da economia brasileira tem sido generosa para os pequenos empreendedores.
A empresária Aline Lima é formada em gastronomia, e se especializou em  chocolates e doces. Ela começou a trabalhar em casa, em 2006, formou uma  grande carteira de clientes, e abriu a Chocolateria Brazil no final de  junho deste ano.
Os fatores para a abertura do negócio eram favoráveis: Aline aproveitou  um imóvel que estava vazio, de propriedade da família, para montar a  chocolateria. Com suas poupanças, ela viabilizou a compra do equipamento  da cozinha industrial, de R$ 50 mil. O ponto fica na Vila Mariana – bem  em frente há um prédio comercial, que representa potenciais clientes, e  outros dois serão inaugurados na mesma rua até o final do ano. 
Com isso, foi possível duplicar o faturamento entre julho e agosto. "Os  meses de janeiro, fevereiro e julho são os piores para o setor, já que  as famílias viajam em férias. Mas aproveitei exatamente este período  para resolver problemas – como, por exemplo, o desperdício dos  alimentos", disse. 
O  negócio vai tão bem que Aline já pensa em ampliar as instalações,  oferecendo também um café e criando uma linha de produtos para  presentes. "O importante é planejar e experimentar", ensina.
Bons ventos – Os especialistas mostram que Aline está  no caminho certo. Dados do Sebrae-SP apontam que o faturamento real das  micro e pequenas empresas paulistas cresceu 4,7%  no primeiro semestre  do ano, ante igual período de 2010. 
"O resultado já vem de um patamar positivo. O aumento do faturamento de  2010 em relação a 2009 foi de 10,7%. Ou seja, a alta do primeiro  semestre foi registrada na comparação a um montante favorável", disse o  consultor do Sebrae-SP, Pedro Gonçalves.
Levando em conta o cenário atual, a expectativa é de que os números  continuarão positivos no segundo semestre – mas com desaceleração de  crescimento. "Os efeitos da alta dos juros farão com que os  investimentos das empresas sejam menores. E as compras a prazo ficarão  mais caras."
A pesquisa feita pelo Sebrae a cada dois anos (a mais recente é de  agosto de 2010) detalha que 27% das empresas fecham as portas no  primeiro ano de funcionamento. "Isto acontece por que os empreendedores  não seguem os aspectos básicos de planejamento –  como os hábitos dos  clientes, quem são os consumidores, a localização do negócio. E, depois  de aberta, a empresa deve ser monitorada constantemente – o mercado muda  a toda hora", ponderou Gonçalves.
Opção – Atualmente o empreendedor está mais preocupado  com as oportunidades – e não deixa de abrir um negócio por falta de  opções, como acontecia anteriormente.
Segundo Juliano Seabra, diretor de educação e pesquisa do Instituto  Empreender Endeavor Brasil,  o governo federal promoveu neste ano o  reajuste da tabela do Simples, e criou políticas públicas para inovação,  entre outras novidades. "Isto favoreceu os negócios do empreendedor",  disse.
	 
                            
